quarta-feira, 17 de março de 2010

Rescaldo: Rota de Cabicanca em Aguiar da Beira




No passado fim de semana, quisemos pedalar mais a noroeste.  Fomos buscar o bom tempo!

A viagem até Aguiar da Beira obrigou a que o galo cantasse cedo..  para a maioria dos membros do team às 06h15 da manhã de Domingo. A 72 kms da Guarda estava a fervilhar a 2ª edição da Rota de Cabicanca, organizada pelo pelouro do desporto da respectiva câmara municipal.

O café/pequeno almoço da família BikeVassouraTeam estava marcado para as 07h20 no habitual Forninho. Chegaram a este 1º posto de controle os atletas Miguel, Filipe, Carlos (a estrear-se nestas andanças), Bruno, Coelho, Davide;  e também as acompanhantes a quem a organização proporcionaria uma manhã de fitness e bem estar quem contrastava com o estado ZEN que todas traziam da cama naquela manhã. Eram elas: Bruna, Hélia, Dina e Cristina. Que grandes olheiras!

Mais uma vez a tradição vingou e os 15 minutos de atraso limitaram a hora de saída...  Adivinha-se a prenda para alguns vagarosos - um despertador!


À chegada encontrámos um parque de estacionamento, nas piscinas municipais, repleto de automóveis e bicicletas claro está. A azáfama era grande mas a organização mostrava-se logo desde cedo bastante prestável e à altura do esperado. Prova disso foi, (inacreditável!) - o esquecimento de metade do equipamento de alguém que não (me) posso acusar....
Capacete e luvas tinham ficado adormecidas na garagem... não fosse a amabilidade do prof. Rui da organização e possivelmente a prova teria tido um fim trágico para alguém. Desde já agradeço o penic ...aaaa digo - capacete universal!

Ultrapassado este 1º contratempo, deu-se a partida! Na cauda do pelotão, o megafone não se fazia ouvir com clareza, mas percebemos que era para pedalar a partir daquele momento em que uma massa de músculos e cremalheiras começaram a gemer. Embora sem dados concretos, garantimos haver por ali mais de 100 btt'istas na partida da prova.

Filipe, Davide e Carlos preferiram pedalar  a versão de 20 kms. Uns porque estavam algo em baixo de forma, outros porque eram novatos no tema e não podiam abusar da sorte e ainda outros por pura solidariedade. Enquanto que Miguel, Coelho e o Bruno atiraram-se de cabeça para os 45km. 
«Que peito no ínicio...»

O trilho estava muito bem marcado, e gozava de paisagens esplêndidas. As vinhas em que passávamos no começo, a valente descida com curvas fechadas e declive acentuado, os planaltos dos cumes, e até as subidas encheram o olho! Gostamos de pedalar mas também gostamos de admirar. Daí não fazermos dos passeios acérrimas competições, somos pela natureza e por aquilo que nos proporciona!
Caso contrário.... estaríamos no nacional XC. Ainda assim não deixamos os nossos créditos por mãos alheias, nesta prova deixámos para trás mais de uma dezena de desistências.

O 1º reforço foi bem escolhido, a 10 kms da partida, servia as 2 extensões da prova. Fruta, sandes, bôla de carne, sumos, àguas e cai-be... NÃO... não havia cai-bem e nem houve sequer avistamentos de algum tasco onde pudéssemos saciar a sede. Mas havia Porto, e dois copinhos do liquído virtuoso deu-nos pedalada extra!

Sempre a lutar contra o vento que se fazia sentir continuámos a girar a pedaleira sem problemas de maior, até que as charcas nos fizeram companhia, quase sempre no final das descidas permitiram refrescar os pés para além da nossa vontade. A lama também quis conversar com as transmissões, o chiar delas não deixava dúvidas da tagarelice.


Numa altura em que estavamos já a notar a falta de treino semanal, eis que chega mais um reforço e a bifurcação inesperada da prova.
35km à direita, 45 km à esquerda. A organização presente explicava que o trajecto mais curto evitava a subida ao cume e os quase 400m de altitude repartidos em apenas 5km e que durariam 1 hora a percorrer...


«Somos homenzinhos ou não?» -  Miguel mostrava a excelente forma que atingiu nas últimas semanas e os outros 2 tinham ainda mais vontade..



Achámos de ínicio absurdo demorar 1 hora para subir lá acima e voltar. Mas a razão viria a ser dada a quem nos tinha avisado.
E que subida! Tentámos por todos os meios mas a inclinação era tanta que nos era impossível dar 20 voltas no pedal sem descansar logo a seguir..
E até a empurrar a ginga era difícil! 80% a pé 10 a pedalar e o restante dividia-se entre quedas e momentos de paragem. Mas sem nunca sequer olhar para trás como vimos alguns em debandada.
A lama nas subidas era bastante e tornava uma aventura pedalar e avançar.
Numa das quedas fiquei com metade do volante enterrado no mosto argiloso, incrédulos olhávamos as antenas de telecomunicações instaladas junto do marco geodésico... estava duríssima a prova. E o que ainda nos faltava!


Por aquelas bandas rolavam com alguma dificuldade os membros da organização,  munidos de uma pick-up Navara davam pulos e não eram de contentamento... as lages e barrocos do trilho eram enormes e só com alguma perícia conseguiam uiltrapassá-los. O gosto deles estava em fotografar as quedas que iam sucedendo, colocando-se em sítios chave para o efeito.



No cume... veio a bonança! Mais um ponto de reforço, e uma descida!
Tal como as anteriores estava bem assinalada. Esta inclinação favorável permitiu descansar as pernas do esforço dispendido e reduzir o "arfar" constante da subida. A paisagem era magnifíca, vislumbrava-se Trancoso e não muito distante.



A prova estava então no ponto alto, não só pelos níveis de altitude atingidos mas também pelas velocidades alcançadas na descida. Perigosa e com bastantes pedras e lama. Este trautear constante encosta abaixo, veio trazer o pior problema mecânico que se pode desejar nestas zonas - perda da travagem.
Fui eu, mais uma vez o feliz contemplado. O desgaste da pastilha do travão frontal diminui a sua espessura abrindo uma folga que permitiu a sua fuga.
Resumidamente só com uma pastilha, o travão não existe.
Fiquei apenas com o travão de trás e uma obrigatoriedade - poupá-lo!
Para que não lhe acontecesse o mesmo.


Chegámos ao fundo da barreira sem problemas de maior, e pedalámos para os últimos 15 kms já com vontade de chegar...a tempo do almoço.
Olhávamos o horizonte e víamos Aguiar lá ao fundo... nem queríamos acreditar!
Alguns kilómetros à frente as amigas do esforço (cãibras) "deram uns ares da sua graça" e as subidas que enfrentámos foram levadas com jeito numa GIE - também conhecida por gestão inteligente do esforço.
Pedalámos com determinação e pensamento na chegada.
Na zona final da terra batida e já a entrar na localidade esperavam-nos com ansiedade os nossos comparsas em jeito de repórteres fotográficos. Leves e temperados pelos seus 20 kms anunciavam muita energia e força para esperar por nós por mais umas quantas horas... 



A última rotunda e ... o desencaixe perfeito entre homens e máquinas. 
"Não chegámos muito tarde..." - comentámos -"Ainda está um carro a ser carregado..." As acompanhantes estavam maravilhadas com a nossa prestação:
"Não nos voltam a apanhar numa destas... 14h e sem almoço??!" 
Rapidamente reconheceram o esforço destes guerreiros, pelos kilos de lama que neles pendiam.




Balneários com eles! E a seguir o excelente repasto no restaurante "Cabicanca", onde todos os presentes notaram a nossa chegada em alta. (!) Um almoço bem medido e com tudo a que temos direito. Pena que desta  vez o sorteio de lembranças  não contemplasse nenhum do Team.


Seguiu-se uma curta visita a um monumento da zona - a Fraga da Pena - para mais um deleite da vista.





Venham mais edições da "AGUIAR A PEDALAR" !

Boas pedaladas por esses caminhos.


ACTUALIZAÇÃO :
Pela mão de Filipe Cunha  - o rescaldo dos 20kms

Devido à má forma física de 2 membros do team (Filipe e David) e ao acompanhamento de um aspirante a membro do BikeVassouraTeam (Carlos Rodrigues) decidiram fazer somente 20 kms neste passeio que se vieram a revelar "fatídicos" para o aspirante, que até aos 10 km deu três quedas e viu-se obrigado a desistir com problemas mecânicos (com o desviador de trás partido) consequência das três quedas e da inexperiência.
Finalmente aos 12 kms foi o reforço matinal já há muito esperado pelo membro David que ainda não tinha trincado nada até essa hora.
Um bom reforço com vinho do porto e muita comida e até bananas havia ,vejam lá!!!
Tendo já o aspirante a fazer companhia ao condutor do carro vassoura ( que desta vez não era uma L 200 era uma Nissan) e já de barriga cheia os dois restantes membros do Team que ainda não tinham pedalado a sério arrancaram com grande força e determinação para completar o que faltava para o final do passeio dos 20 kms não se deixando intimidar pelas ultrapassagens e sim ultrapassando alguns participantes que passeavam, de calças de ganga e a usufruir da paisagem, nunca tendo efectuado qualquer paragem e sempre a abrir ate ao final.





7 comentários:

Coelho disse...

Prometo mais fotos para mais logo à noite :)

GT 3 disse...

Já escrevias um Livro!!!!!!!!!!!!!!!

Coelho disse...

..Plantar uma árvore e ... ;)

GT 3 disse...

O Miguel passa tão depressa.. que quase não aparece nas fotos!!!!!!!!!!!!!!

EXIJO CONTROLO ANTI_DOPING!!!!!!!!!

Anónimo disse...

Pelas magnificas descrições a que o Coelho nos habituou, vejo que o passeio, mais uma vez, foi um espectáculo. Quando o team fizer 10 anos, tal como propõe o Bruno, no programa de comemorações vamos incluir o lançamento do livro "Bike Team Vassoura - a verdade das verdadeiras máquinas!".
Vitor

Coelho disse...

Anseio por esse aniversário! Com todos a soprar as velas!


Acerca deste passeio:
http://www.noticiasdevilareal.com/noticias/index.php?action=getDetalhe&id=7557

Coelho disse...

Epá... a cada vez que vejo as fotos, mais me lembro do quanto gostei da prova de aguiar.... foi mesmo booaa ! :)