quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Giro no Pedal: "Pedalinos"




Por:  Xolas
Seis e meia da matina e toca o “New York” de Alicia Keys para me acordar. Abro a persiana e volto a olhar para o relógio para ver se realmente não me tinha enganado nas horas uma vez que ainda era de noite. Não! O relógio estava mesmo certo! Toca a vestir e ir ao encontro do pessoal no “Forninho” ainda um pouco hesitante da frase que me impingiram “daqui para Fátima é sempre a direito!”.

 Mike tenta distribuir a ração para os 1ºs kms.



Por: Leo

Dia 8 Out, Os 5 BttClistas que se tinham proposto a fazer a “maratona” Guarda-Fátima, encheram-se de coragem e alguma loucura… e às 6h45m quando ainda estava escuro que nem Breu, lá saíram de casa meio aos rebolões pela estrada a baixo, montados nas suas máquinas, até ao Forninho "pra buber" o café da manhã…

Com a Guarda completamente às escuras sem iluminação pública, provocada ou não pelas contingências do período Troikano que se vive, no prólogo um acidente quase surgiu...
MikeCanyon e os seus 7kg de bike adjacentes, quase que atropelavam um idoso pedestre, na rotunda do Rossio… enfim havia já história para contar e felizmente rir, ainda antes de se iniciarem os 250km!

7h… Equipadíssimos até aos dentes, mas com pouca roupa no corpo para a temperatura matinal, os 5 lá arrancaram para a aventura 250km.

   (Xolas)

Café tomado e” alléz ops, on i vá”! Sempre a descer é até ao porto da carne e que fresquinho que estava o que valeu foi o casaquito e para alguns o túnel de vento que uns criavam aos outros. Chegados a Celorico Leonardo teve um furo toca a encher a ver até onde se aguentava, porem um pouco mais a frente coincidência ou não em frente a um estabelecimento de chamadas meninas decidem parar para mudar a câmara-de-ar. E qual o espanto que me mandam ir andando devagar por ai fora em direcção a Seia. Tendo em conta que só me apanharam em Pinhanços à excepção do Renca... devem ter feito algo mais que mudar a câmara ;)



Espírito de interajuda: O dono do furo, tira fotos...


 
(Leo)
Rolava-se a bom ritmo, e na variante de Celorico, Coelho berrava para Leo: “Epah! Furaste!” e Leo olha para o pneu traseiro e responde: “__dasse! Ainda agora começámos!”
Assim Os 5, faziam a primeira paragem para encher o pneu e ver se o furo aguentava o rolamento.
Um pouco mais à frente de Celorico, essa tentativa revelar-se-ia infrutífera, pois aquando a passagem na casa de diversão nocturna, das bailarinas exóticas da região, Osasis, o pneu já ia outra vez em baixo… Em consenso e de acordo com a votação efectuada pelo grupo, a maioria decidiu bem. Em função da localização decidiu então parar para substituição da câmara de ar…
Com esta paragem, a única que era contra a paragem, a XolasPatrícia, arrancava na frente, e devorava km´s mais a sua Treka…




Por: Coelho


Todas as manobras derivadas ao furo não demoraram mas foi o suficiente para que o nosso elemento feminino se distanciasse até a perdermos de vista. A confiança de que a encontraríamos em breve, desapareceu ao fim de alguns kilómetros... Na ânsia de a alcançar ultrapassámos um ciclista que envergava as côres do Clube de Montanhismo da Guarda. Pedalava a seu ritmo, sozinho estrada fora e com o mesmo destino. Mário viria a acompanhar-nos a partir de Pinhanços, lugar para uma rodada de Cai-Bem, 1º reforço e reagrupamento.



Gostámos dos bigodes. Pinhanços.



 
 (Xolas)
Bem, posto isto, tomámos o pequeno-almoço por esses lados tendo encontrado mais um parceiro Mário Vaz com o mesmo destino. Toca a pedalar e ao som da música da volta a Portugal aí vão eles com a famosa frase “isto é sempre a direito!” Na ponte de Mucela e já com o BikeVassoura Mobile, conduzido pelas BikeVassouras Marta e Cristina, á nossa espera toca a comer um prato de massa bem bom para o almoço! Caso para dizer “avé-maria cheia de graça tens a barriga cheia de massa”, e agora vais ter de fazer a subida (sempre a direito) da Mucela. Aqui para nós que ninguém nos ouve pensei que fosse pior. ;)














A cerca de 15 Km de Miranda do Corvo tivemos de decidir seguir ou pelo gps do Mário ou pelo trajecto que tínhamos estipulado, para ninguém ir sózinho aí vamos nós pela segurança do gps e não é que a parte do “é sempre a direito” deixou deveras de existir??...  É de notar que nesta altura calhámos a olhar para traz e qual o nosso espanto vimos o BikeVassoura Mobile ir em direcção errada  o que vale é a existência de telemóveis. ;) Porém depois da tempestade vem sempre a bonança e chegados ao cimo toca a descer para Miranda do Corvo quando por espanto parámos precisamente em frente á pensão onde iríamos dormir! 
Lugar de Alçaperna, aqui o Rio Ceira.
O Arouce aflui no Ceira poucas centenas de metros acima.

 





(Coelho)


A repentina chegada foi quase que ...aplaudida. Açambarcámos os 2 lugares de estacionamento entre a Residencial "Zé Padeiro" (recomendamos!) e a loja de produtos orientais do conhecido país desequilibrador das balanças comerciais... mundiais.





Um traseunte observava atentamente os hieróglifos ocidentais estampados nos jerseys:

"Zé" Ching Min: Gu-a..dla.. Guadla?  GUADLA??? 
(juntar á imagem um dedo indicador a apontar o céu)
"Zé" Coelho: Sim.
"Zé" Ching Min: GUADLA ..  aki...... HODJI??

"Zé" Coelho: Sim.
"Zé" Ching Min: fukorawa!.... Quata uóra?
"Zé" Coelho: 6h30.  :-)

"Zé" Ching Min:  »:O  


Aqui os olhos do nosso admirado espectador recuperaram uma forma arredondada, mas por poucos segundos.
Mais tarde, ao jantar havíamos de recuperar este episódio e no meio das gargalhadas continuar a história com o que poderia ter dito ainda o Ching Min: " Tenhlo tlinta e setle plimos na Guadla, conhess?....."




O tempo ali estava por nossa conta. A BikeVassoura Mobile juntou-se a nós passados alguns minutos, e aí o Mário de novo com a sua mochila, deixava-nos para ainda ir pedalar até á sua pernoita em Ansião. Não o voltaríamos a encontrar, mas ele encontraria ainda 2 ciclistas da Guarda no mesmo sentido. Já tinha de novo companhia.

(Xolas)
Banhinho tomado burrinhas arrumadas e vamos á bucha no restaurante "Colher de Pau" ! BikeVassouraTeam  de seguida fez uma visita turística a pé por Miranda e foi repôr energias…
Depois de forças repostas e pequeno almoço tomado regressemos ao que interessa já no domingo “é sempre a direito!” pena que Miranda fique num vale e quem desce tem de subir ;) Sem grandes contratempos por ai vamos os 5 da “vidairada” parecendo um episódio do “verão azul” para quem se lembra. Mais uma vez os BikeVassoura tiveram sorte e ao pararem na “ A Tixa Cafetaria” e em conversa com a senhora apercebemos nos que não seria bem em frente que teríamos de seguir mas sim virar precisamente naquele local, benditas tixas ;) 





  


Próxima paragem em Ourém para um reforço. Mais uma vez já a chegar a Fátima a parte do “é sempre a direito” deixou de existir outra vez. Porém tudo se faz e depois disso ai está, Fátima! Chegamos! BikeVassoura Mobile e a boleia para a Guarda (meus pais e tio) já á nossa espera... Era hora de tomar banho. Porém, pelo menos no que me toca não tive tanta sorte no banho aqui, pois tive de tomar banho numas instalações de wc onde as condições não eram propriamente para balneários apenas tinha um chuveiro e tive de me vestir na entrada do wc onde as senhoras que entravam ficavam a olhar para mim como quem diz “então esta não tem uma casa de banho em casa?” já para não falar da água fria e do “ambipur” que por aqueles lados se faziam sentir. Bem com esta espécie de banho tomado estava na hora de almoço! 

Pura fotogenia.

Por: Mike
Depois de cumprida a ida a Fátima em bicicleta aqui partilho um pouco do que foi a experiência. Sendo a primeira vez que me envolvia em tiradas mais longas, superiores a 100kms, havia algum receio de que algo pudesse correr menos bem… Felizmente tudo correu pelo melhor, sem quedas nem imprevistos relevantes (só um furito). Como tal, posso agora com conhecimento de causa partilhar com quem estiver a pensar fazer uma futura ida a Fátima (em 2 dias) que não é tão complicado como possa parecer. Com algum treino, principalmente para q o rabo se vá habituando a distâncias mais longas, o trajecto faz-se com relativa facilidade. Mesmo as tão faladas subidas da ponte da Mucela e a que já no final faz a ligação entre Ourém e Fátima, se feitas no ritmo em que cada um se sinta mais confortável, verão que não são tão difíceis de fazer. A grande dificuldade do meu ponto de vista é mesmo a dor de rabo, pelo que uns bons calções, uma pomadinha e esse problema minimiza-se. De resto é só hidratar e alimentar bem o corpo. Na chegada a Fátima todas as dificuldades são esquecidas e substituídas por uma enorme satisfação e sentimento de dever cumprido… Quanto ao pessoal que esteve envolvido na empreitada aqui vai uma palavra de agradecimento, não só para os que foram a dar ao pedal (Patrícia André, Leonardo André, Helder Coelho e Pedro Renca) como também para as duas senhoras do carro de apoio (Cristina e Marta) e ainda para os que nos esperavam á chegada a Fátima e disponibilizaram um confortável regresso á Guarda (Sr. António Reinas, D. Matilde e Sr.Tó), a todos, um muito obrigado por terem proporcionado um fim-de-semana tão agradável.





Por: Pedro Renca
Complicado é escrever algo para descrever as emoções vividas ao longo de dois dias! Um misto de loucura (saudável?), acompanhado pela boa disposição de cada elemento do grupo…  
Apenas deixo aqui o meu agradecimento ao Grande Grupo de Ciclismo (BTT e estrada) que é o BIKE VASSOURA TEAM da Guarda, que empreendeu e reforçou em mim o verdadeiro espírito que este desporto exige: o espírito de EQUIPA… não interessa quem chega em primeiro nem o cronómetro, mas sim o trabalho em grupo, reflectindo-se na ajuda nos problemas mecânicos e também no facto de não se “deixar” ninguém para trás. 
A diversão, o companheirismo, a boa disposição reinam constantemente, fazendo realmente com que exista uma descompressão do nosso dia-a-dia normalmente cheio de problemas. Aconselho vivamente a continuarem com este “trabalho”, e deixo o desafio a outros curiosos que se juntem, valerá a pena certamente.

Nada disto teria sido possível sem a fantástica ajuda da equipa do Staff!  Obrigado Marta e Cristina pela presença e apoio…. 


Neste momento, estou capaz de arriscar e mudar um pouco o meu princípio de vida diário criado por mim e que me acompanha já há largos anos: sorrir para uma melhor saúde mental, e reescreve-lo para: Pedalar para fazer sorrir a nossa saúde mental… 
Que acham?
(este principio descreve e justifica muito da minha loucura saudável ! )
Pessoal, para quando o próximo desafio?
Obrigado ao BikeVassouraTeam representado pelos elementos: Helder, Mike, Patrícia e Leo…
No final de tantos kms, o material sofre desgaste.
Leo começou com roda 26'', acabou com menos 10'' de roda...

Ai vida dura de fotociclista...



(Xolas)
E assim foi. Deixo aqui o meu testemunho que não “é sempre a direito ” mas foi bem mais fácil do que estava a espera de notar que o companheirismo que se sentiu entre todos os membros quer os que pedalavam quer os que carregavam no acelerador do carro foi 6 estrelas. Venha a próxima “sempre a direito!” ;)






Foi sem dúvida uma grande grande experiência. Foi o confirmar das dicas e certezas dos que, no seio do nosso Team, tinham já sentido cerca de 15 dias antes numa 1ª romaria. 

Obrigados também aos camaradas Vítor, Carlos, Júlio, Manuel e também ao Mouta!








Rota de bicicleta 1307083 - powered by Bikemap 








3 comentários:

Vaz disse...

Um abraço a todos e o meu muito obrigado pela companhia. Daquilo que acompanhei, consegui perceber que se trata de um grupo 5 estrelas com uma inter ajuda e companheirismo fantástico... e animação não falta...
É de continuar... q é sempre a direito com grupos assim...

GT 3 disse...

INVEJO-VOS!!!

Ao longe.. torci por Vós! Com muita.. mas muita pena minha de não ter estado nesta (mais uma)grande aventura!

Companheiros.... grande Abraço!

Logo logo... estou de volta!

Coelho disse...

@ Vaz

Epá, mais uma linha e ia ás lágrimas!
Ora essa, ora essa... é verdade que é tudo gente boa, mas tudo malucos!.. aliás ..tu percebes-te que áquela gente falta mais que uma cremalheira... hehehe :D

@ Brunescu GT 3

Bem sei. Aliás foste lembrado no caminho. Epá vais ver que oportunidades não vão faltar. Ainda hás-de cansar o menisco de tanta pedalada!

Grande abraço!